9.9.11

Reinvenção de Mim



Comprei um chapéu negro

para não ter que mudar o meu nome

Agora levo em minha cabeça

um símbolo que me autoriza

a atravessar as paredes invisíveis

do meu inconsciente


Subo por escadas com jiboias brancas

e mergulho no oceano violeta

pleno de janelas abertas

de onde observo terras benditas

feitas de torneiras pingando lagartas

Dou braçadas nesse mar

e sinto que sou invadido

por todos os orifícios do meu corpo


Dentro de mim moram casulos

de onde nascem mariposas


Imagem: Philip Guston